Desafortunado, talvez realmente
seja a marca que segue carimbada durante toda a vida de Hajime, desde sua
infância, onde como filho único, foge dos padrões das crianças de outras famÃlias
da sua cidade, uma desfortuna que marca sua vida inteira, porém, é também esta
mesma desfortuna que o conecta com Shimamoto e, como em um passe de mágicas,
surge uma fortuna. Pois, é com esta nova amiga que o jovem Hajime aflora para
uma nova fase de sua vida, é com Shimamoto que ele encontra-se com afetos dos
quais nunca havia sentido, a ponto de não saber nomeá-los (a cena do toque de
mãos e de achar que aquilo era amor).
Apesar disso tudo, a vida não
permite fortunas, e ainda que o encontro com Shimamoto marcasse uma
ressignificação do fato de ser filho único, o fluxo da vida da cabo de separar
os dois, neste momento Hajime vaga, uma vida inteira, pacata e normal demais,
normal em suas anormalidades, perambula pelos anos, atônito, nostálgico, segue
o fluxo, tÃpico de muitos protagonistas do Murakami. Hajime constata, a suposta
falha de suas escolhas, reflete sobre os diversos outros caminhos que sua vida
poderia ter tomado e por fim, reencontra Shimamoto.
É um puro Jazz, onde após solos
individuais, voltamos ao tema principal, porém a música já tem um nome e desta marca
meus amigos, não podemos escapar, fim da história, Star-Crossed Lovers.
Livro: Sul da fronteira, oeste do sol.
Autor: Haruki Murakami
Editora: TAG Curadoria -2020
Páginas: 232.