Resenha: Sul da fronteira, oeste do sol, de Haruki Murakami

agosto 02, 2020


    

Desafortunado, talvez realmente seja a marca que segue carimbada durante toda a vida de Hajime, desde sua infância, onde como filho único, foge dos padrões das crianças de outras famílias da sua cidade, uma desfortuna que marca sua vida inteira, porém, é também esta mesma desfortuna que o conecta com Shimamoto e, como em um passe de mágicas, surge uma fortuna. Pois, é com esta nova amiga que o jovem Hajime aflora para uma nova fase de sua vida, é com Shimamoto que ele encontra-se com afetos dos quais nunca havia sentido, a ponto de não saber nomeá-los (a cena do toque de mãos e de achar que aquilo era amor).

Apesar disso tudo, a vida não permite fortunas, e ainda que o encontro com Shimamoto marcasse uma ressignificação do fato de ser filho único, o fluxo da vida da cabo de separar os dois, neste momento Hajime vaga, uma vida inteira, pacata e normal demais, normal em suas anormalidades, perambula pelos anos, atônito, nostálgico, segue o fluxo, típico de muitos protagonistas do Murakami. Hajime constata, a suposta falha de suas escolhas, reflete sobre os diversos outros caminhos que sua vida poderia ter tomado e por fim, reencontra Shimamoto.

É um puro Jazz, onde após solos individuais, voltamos ao tema principal, porém a música já tem um nome e desta marca meus amigos, não podemos escapar, fim da história, Star-Crossed Lovers.  

Livro: Sul da fronteira, oeste do sol.

Autor: Haruki Murakami

Editora: TAG Curadoria -2020

Páginas: 232.

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